Por Raylla Andrade

Quando me perguntam o que é a Comunicação Não Violenta (CNV), percebo que respondo de maneiras diferentes a depender do meu interlocutor, do contexto de nossa conversa e também do meu estado interno no instante. Então resolvi listar abaixo algumas dessas respostas recentes:

1-            É um conjunto de princípios filosóficos e práticas concretas que contribuem para criação de relações mais gostosas e sustentáveis, com base em 2 pilares: autenticidade e empatia, ou seja, disposição para se mostrar verdadeiramente e interesse genuíno em compreender o outro, mesmo quando discordo de seu comportamento.

2-            É uma filosofia de vida que busca o fortalecimento da não-violência e da cultura de paz no nível intrapessoal, interpessoal e sistêmico.  O psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg teve o mérito de sistematizar tal filosofia sob o nome de Comunicação Não Violenta e começar a difundi-los em larga escala pelo mundo, trazendo para uma linguagem simples e prática uma sabedoria tão antiga.

3-            É um caminho possível para o aprendizado da compaixão consigo e com os outros, simultaneamente, levando a um melhor equilíbrio entre o autocuidado e o cuidado com os outros, para evitar cair em auto anulação (só cuidar do outro) ou egoísmo (só cuidar de si e não considerar o outro). Portanto, é a tentativa de sair de estereótipos como “ser bonzinho” ou “ser agressivo” e realmente buscar, a cada interação, formas de cuidar, o melhor possível, de todos os envolvidos.

4-            É um caminho de autoconhecimento, de auto-observação, de auto empatia, de auto escuta, autocuidado e empoderamento e, assim também, uma forma de cuidar de mim para ter melhores condições de cuidar do mundo ao meu redor.

5-            É uma forma de estar no mundo e influenciá-lo a cada vez equilibrar melhor as necessidades de todos os seres que compartilham esse espaço, seja nas decisões micro ou macro de nossas vidas, seja no âmbito pessoal, profissional ou outro.

6-            É um estudo e uma prática que investiga perguntas como: o que é violência? O que é conflito? É possível cuidar de mim e dos outros ao mesmo tempo? Se sim, como? Como desenvolver a empatia e melhorar a qualidade da minha escuta e presença com os outros? Como desenvolver minha habilidade de expressar o que está acontecendo dentro de mim de forma clara e que diminua as chances de ferir o outro? Como parar de engolir sapo e conseguir me expressar sem gerar resistência no outro? Como iniciar e manter bons diálogos e, assim, construir relações sólidas?

Essas são só algumas formas atuais que tenho de tentar explicar o que é CNV, mas acredito que o mais rico mesmo é viver tais princípios no dia-a-dia e ir descobrindo sempre novas camadas desse vasto aprendizado que já tem enriquecido tantas vidas e instituições mundo afora.

Se você quiser saber mais e experimentar na prática tudo isso, seja muito benvind@ ao curso de CNV no Metaforum.

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