Por Raylla Andrade

A Comunicação Não Violenta (CNV) pode ser definida como um jeito de compreender o ser

humano e suas motivações mais intrínsecas, seus sentimentos e formas de lidar com eles, ou

seja, compreender o que está por trás de cada sentimento e comportamento meu e do outro,

assim, facilitando a harmonização das nossas necessidades pessoais com as necessidades das

pessoas com as quais nos relacionamos, através de diálogos autênticos e empáticos.

Ela também poderia ser definida como um estudo sobre formas mais compassivas de

cuidarmos das nossas relações intra e interpessoais, bem como das relações sistêmicas,

buscando o sutil equilíbrio entre cuidar de mim e do outro, simultaneamente.
Para vivermos os princípios da CNV no dia-a-dia somos convidados a uma mudança de postura

diante da vida, substituindo cada vez mais os julgamentos e visões de certo e errado por uma

real vontade de compreender o que se passa comigo e com o outro, mesmo numa situação de

conflito, para depois de termos essa compreensão mais ampla da situação podermos dialogar

e cocriar soluções criativas e sustentáveis para todos os envolvidos.
Então a CNV nos permite construir relações que tenham mais compreensão mútua, conexão,

confiança e soluções sustentáveis, através de uma linguagem que aumenta a disposição de

cooperar e apoiar um ao outro, gerando, por consequência, relações mais gostosas e mais

felicidade, já que diversos estudos têm mostrado que o fator que mais impacta na sensação de

bem-estar é a qualidade de nossos relacionamentos.

Qual a base da Comunicação Não Violenta?

O criador principal dos fundamentos da CNV foi o psicólogo norte-americano Dr. Marshall

Rosenberg.

Tendo crescido em um bairro turbulento de Detroit, ele se interessou por novas formas de

comunicação para criar alternativas pacíficas de diálogo que amenizassem o clima de violência

com o qual conviveu.
A Comunicação Não Violenta foi o resultado de sua especialização em psicologia social, de seus

estudos de religião comparada e de suas vivências pessoais com mediação de graves conflitos pelo mundo.

Em 1984, o Dr. Rosenberg fundou, na Califórnia, o “Center for Nonviolent Communication”

(CNVC), que se transformou em uma grande organização internacional sem fins lucrativos,

com centenas de pessoas habilitadas a dar treinamento em mais de trinta países, entre eles o

Brasil. Seu livro tornou-se um best-seller internacional.

Quais os benefícios da CNV?

• Desenvolvimento da habilidade de escuta empática de um modo receptivo e

compreensivo, de forma a abrir-se aos feedbacks e poder gerar autoconscientização e

transformação dos comportamentos.

• Autogerenciamento em situações de estresse e situações com emoções fortes

(Inteligência Emocional).

• Criação de um clima de cooperação, no qual haja aproveitamento das diferenças para

um resultado melhor que leve em consideração as necessidades de todos (Ganha-Ganha).

• Aumento da autoconfiança e segurança para lidar com situações desafiadoras de

forma construtiva, através de diálogos autênticos e empáticos, ao nos conduzir a uma

intervenção mais firme e relaxada junto às pessoas, identificando nossos próprios valores e

transformando padrões que nos levavam a conflitos agressivos e raivosos.

• Maior entendimento dos motivos dos comportamentos humanos, mesmo aqueles que

poderiam ser chamados de “agressivos”.

• Mais habilidade para fazer combinados claros e efetivos, zelando pelos limites de cada

um e expressando o “não” quando importante.

• Maior humanização nas relações internas e externas.
• Otimização da colaboração, prestação de contas e capacidade de influência.
• Melhoria do clima de trabalho numa equipe, da cultura organizacional, do

desenvolvimento da comunicação interna e, por consequência, do nível de engajamento das

pessoas.

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