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17/06/2019
Há muitos significados para autoestima, alguns até pejorativos, muitas vezes ouvimos alguém se referir à outra pessoa como tendo demasiada autoestima, aquela pessoa que se acha. Mas de maneira geral há um consenso da importância de se ter uma sensação do nossa própria relevância, de estarmos conscientes que somos importantes, de nos autovalorizar.
Para Virginia Satir, mãe da terapia familiar e expoente da psicologia humanista a importância de nutrir e desenvolver a Autoestima ocupa um lugar fundamental em seu modelo. Para ela cada pessoa é uma manifestação da Força Vital que recebeu o presente maravilhoso de um Espírito Interno que ela vai chamar de Self. Este é um ponto muito importante, pois todos os seus modelos, todas as ferramentas, todas as abordagens convergem no sentido de reconectar a pessoa ao Self, ao espírito interno e à força vital. É quando estamos conectados à esses elementos que nosso senso de autovalor se amplia e minhas ações no mundo vem de lugar de centramento e são congruentes.
Ao longo da vida, especialmente no convívio com a nossa tríade de origem, pai e mãe ou quem quer que tenha nos acolhido e acompanhado na infância e adolescência, verificamos que dentro de nós vão ocorrendo movimentos que nos afastam desse estado de centramento e autovalor. Como pequenos seres curiosos, observamos tudo e aprendemos, sugamos como esponjas todas as informações e estabelecemos um modelo interno de como vamos funcionar, muitas vezes durante o resto de nossas vidas.
Eu posso ter recebido muitas informações que foram verbalizadas ou não, eram explícitas ou implícitas. Eu posso ter aprendido que é só trabalhando duro que posso alcançar tudo o que quero, ou ter aprendido que não importa o que faça nunca serei bom o suficiente, ou que é perigoso expressar aquilo que sinto e quero, ou ainda, que não devo expressar minha indignação e raiva ou até o oposto: para conseguir o que quero devo usar sempre minha raiva com violência. Essas podem ter sido mensagens gravadas tão profundamente que eu as levo comigo onde estiver, nos meus relacionamentos, no meu ambiente professional, na minha vida em geral.
O importante aqui é entender que tudo isso são apenas aprendizados e que provavelmente nos foram muitos Úteis, talvez a única maneira possível, os únicos recursos disponíveis para que conseguíssemos chegar até o dia de hoje. No entanto, isso pode nos ter custado um preço muito alto, nós fizemos um sacrifício, nos distanciamos daquela Força Vital, do nosso Self, sacrificamos a nossa Autoestima.
Na aplicação de qualquer ferramenta do modelo Satir, temos então um convite, de dar um passo atrás e de uma certa distância, observar e tomar consciência desses aprendizados. Ao tomar consciência disso, eu ganho a possibilidade de optar, eu posso escolher agir de uma maneira diferente. Eu posso considerar esse aprendizado que tive muito útil então, naquela época, mas não mais agora e posso agradecer e dizer: – Muito obrigada, mas agora você não me serve mais, vou mandá-lo para o Museu da História de minha vida.
Nesse momento eu abro espaço e posso renovar meus aprendizados, fazer um upgrade com versões mais sintonizadas com meu sentido de Self e que valorizem e nutram minha autoestima.
Eu posso por exemplo verificar que esse aprendizado que me diz que só trabalhando duro posso conseguir o que quero, foi muito importante, porém hoje ele me traz um sentido de peso, me distancia de viver meu trabalho e relacionamentos com prazer, aumenta meus níveis de estresse e prejudica meus relacionamentos. Eu posso substituí-lo por outro, como: – Eu posso relaxar e posso trabalhar duro quando necessário.
Assim a partir de um novo entendimento, para estabelece-lo e integrá-lo eu procuro fazer um compromisso com novas práticas e busco recursos que possam me fortalecer e dar suporte ao longo do meu caminho futuro.
Esse é um processo de valorização do Self e desenvolvimento da Autoestima. Pode parecer simples mas é profundo e poderoso.
Em todo o mundo, não há ninguém exatamente como eu. Tudo o que sai de mim é autenticamente eu. Porque só eu o escolhi – Eu possuo tudo sobre mim. Meu corpo, meus sentimentos, minha boca, minha voz, todas as minhas ações, sejam eles para os outros ou a mim mesmo.
Eu possuo minhas fantasias, sonhos, minhas esperanças, meus medos. Eu possuo todos os meus triunfos e sucessos, todos os meus fracassos e erros. Porque eu possuo tudo de mim, eu posso tornar-se intimamente familiarizado comigo mesmo.
Ao fazê-lo eu posso me amar e ser amigável com me em todas as minhas partes.
Eu sei que há aspectos sobre mim que me intrigam, e outros aspectos que eu não conheço, mas contanto que eu seja amigável e amoroso comigo mesmo, eu posso corajosamente e esperançosamente buscar soluções para os enigmas, e maneiras de descobrir mais sobre mim.
No entanto, eu pareço e soo, tudo o que eu digo e faço, e tudo o que eu penso e sinto em um determinado momento no tempo, é autenticamente mim mesmo.
Se mais tarde algumas partes da minha aparência, de como soei, pensei e senti possa vir a ser inconveniente, eu pode descartar o que é inconveniente, manter o resto, e inventar algo novo para o que eu tenha descartado.
Eu posso ver, ouvir, sentir, pensar, dizer e fazer. Eu tenho as ferramentas para sobreviver, estar perto de outras pessoas, para ser produtivo a dar ordem e sentido ao mundo, às pessoas e às coisas fora de mim. Eu me possuo, e, portanto, eu posso me reordenar.
Eu sou eu e … Eu estou bem!
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Fonte: https://bit.ly/2IDyh4x
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